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Entes Federativos congelam ICMS de combustíveis.

Na última sexta-feira, 29 de outubro, o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), formado por secretários da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, aprovou o congelamento do valor do ICMS cobrado sobre os combustíveis por 90 dias.

Sendo assim, até 31 de janeiro do ano de 2022, o valor do imposto, feito com base no Preço Médio Ponderado ao Consumidor Final (PMPF), não poderá ser alterado em todo o território brasileiro, segundo o Ministério da Economia.

Dessa forma, objetivo da decisão é tentar controlar os aumentos frequentes dos preços dos combustíveis. Hoje, o preço médio ao consumidor é calculado de 15 em 15 dias pelos estados com base nos preços dos combustíveis praticados no varejo.

Estados vão discutir congelamento do preço médio dos combustíveis por três  meses; Pará se diz a favor da medida - Portal Roma NewsSegundo George Santoro, Secretário da Fazenda, somente após muitas discussões técnicas, Alagoas apresentou proposta substitutiva para o congelamento do PMPF que foi aperfeiçoada pelo Comitê Nacional dos Secretários da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz) e aprovada no Confaz:

“Não será uma medida suficiente para impedir novos reajustes dos combustíveis no país, mas sim uma contribuição dos estados para não penalizar ainda mais o consumidor, que vem sendo diretamente afetado pela política de preços da Petrobras. Essa decisão é defendida por todos os secretários da Fazenda e vamos levar ao Senado. Mas precisamos também cobrar um posicionamento da Petrobras, que adote medidas para evitar novas altas no preço.”

O órgão do Comitê de Secretários de Fazenda dos Estados e do Distrito Federal (Comsefaz), ressalta que a iniciativa é um gesto de cooperação e sensibilidade dos entes federados diante das dificuldades que a escalada de elevações de preços de combustíveis traz à população e ao setor produtivo brasileiro, em detrimento da economia do país:

“O esforço dos estados é empreendido com a consciência de que a medida não será a solução adequada ou definitiva para esse fenômeno de alta de preços, que se não for enfrentado na sua causa, ou seja, pela revisão do equívoco que é a Política de Paridade Internacional adotada a partir de 2016, os graves problemas estruturais provocados pelo descontrole dos preços continuarão a afligir o país. “Essas medidas todas ainda seriam paliativas, uma vez que o descolamento atual dos preços em relação ao custo de produção continua incessantemente majorando-os, privilegiando acionistas com lucros recordes em detrimento do cidadão brasileiro que deixa de ser beneficiado pela riqueza nacional de um recurso natural do país.”

Ademais, o presidente do Comsefaz, Rafael Fonteles, afirma que o congelamento do PMPF é umaVocê sabe como o combustível adulterado danifica o seu veículo? demonstração da disposição dos estados para contribuir com o controle dos preços dos combustíveis, que já aumentaram mais de 50% só este ano, sem qualquer alteração na alíquota do ICMS, pois, segundo ele, os estados querem também abrir um canal de diálogo com o Petrobras para a discutir a política de preços da companhia, como já está fazendo com o Congresso.

Além disso, as Fazendas estaduais colaboram com a renúncia de suas próprias receitas para auxiliar a superação da crise enfrentada no país, aguardando uma solução definitiva do governo federal para esse desafio que tende a comprometer o bem-estar da população e os setores produtivos da economia brasileira.

É notório que medida ocorre em meio à pressão de associações de caminhoneiros, que planejam para a próxima segunda-feira (1º) uma greve por causa da alta no valor dos combustíveis.

Na quinta-feira, 28 de outubro, em uma reunião realizada na Câmara dos Deputados e por videoconferência, representantes de caminhoneiros reiteraram aos parlamentares que a greve está mantida, como ressalta Plínio Dias, presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC):

“Apresentamos a agenda, questionamos a política de preços dos combustíveis da Petrobras, pedimos apoio aos deputados nas pautas e reforçamos a greve para o dia 1º. O recado foi dado.”

Durante o encontro, caminhoneiros apresentaram suas demandas principalmente de cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, aposentadoria especial a partir de 25 anos e fim da política de preço da paridade de importação da Petrobras para combustíveis. Transportadores rodoviários autônomos e celetistas afirmam que vão paralisar as atividades em 1º de novembro caso o governo não atenda às reivindicações da categoria.