Dólar volta a subir e ameaça R$5,50 com risco fiscal doméstico
Nesta terça-feira, 16 de novembro, o dólar fechou em alta, mais uma vez, após o feriado comemorado em 15 de novembro, em que foi repercutido com força a moeda norte-americana no exterior e gerou preocupações domésticas do lado fiscal.
Sendo assim, o dia 16 passa a ser um dia de tensões no mercado doméstico e externo, pois a moeda norte-americana subiu e voltou a superar a barreira de R$ 5,50.
Diante disso, a bolsa de valores caiu quase 2%, puxada pelo desempenho ruim do varejo e pela queda no preço internacional de algumas commodities (bens primários com cotação internacional).
O dólar comercial encerrou esta terça-feira (16) vendido a R$ 5,50, com alta de R$ 0,043 (+0,78%). A cotação começou o dia em queda, chegando a ficar em R$ 5,43 por volta das 10h, mas inverteu o movimento após a divulgação de que as vendas no varejo nos Estados Unidos cresceram 1,7% em outubro, acima das expectativas, pressionando a moeda norte-americana para cima em todo o planeta.
O aquecimento das vendas no mercado norte-americano reforçou as expectativas de que o Federal Reserve (Fed, Banco Central dos Estados Unidos) aumente os juros no início do próximo ano.
Já na sexta-feira passada, o dólar fechou em alta de 1%, cotado a R$ 5,4579. Com o resultado desta terça, acumula queda de 2,63% no mês. No ano, tem alta de 6,01%.
Segundo a agência Reuters, o mercado não reagiu bem a declarações do presidente Jair Bolsonaro de que a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios pelo Congresso irá abrir espaço para a concessão de reajuste aos servidores públicos federais, justificando o eventual aumento como resposta a um congelamento dos salários e à inflação.
Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa do mercado para este ano subiu de 9,33% para 9,77%. Para 2022, subiu de 4,63% para 4,79% a estimativa de inflação.
O mercado manteve em 9,25% ao ano a previsão para a Selic no fim de 2021 e em 11% ao ano para o fim de 2022. Para o PIB, a previsão de crescimento deste ano passou de 4,93% para 4,88%. Para 2022, a estimativa de alta foi reduzida de 1% para 0,93%.
Já a projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 permaneceu em R$ 5,50. Para o fim de 2022, ficou estável também em R$ 5,50 por dólar.