Herdeiros Gucci se ofendem com produção cinematográfica baseada na família
Nesta segunda-feira, 29 de novembro, os herdeiros da grife italiana Gucci publicaram uma carta na imprensa italiana, na qual afirmam que se sentiram ofendidos com a forma como a família e Patrizia Reggiani foram caracterizadas no filme “Casa Gucci”.
Os herdeiros de Aldo Gucci, o homem que transformou a marca de Florença em um fenômeno global do mundo da moda, não estão felizes com a forma como sua família é retratada no filme “Casa Gucci”, de Ridley Scott, estrelado por Lady Gaga, Adam Driver e Al Pacino.
O filme, que estreou na semana passada em cinemas de todo o mundo, gira em torno do assassinato do herdeiro Maurizio Gucci, que foi baleado em 1995 no saguão de seu elegante escritório em Milão por um assassino contratado por sua ex-esposa, Patrizia Reggiani.
Diante disso, a carta publicada pela agência de notícias italiana ANSA e assinada pelos herdeiros de Aldo Gucci (1905-1990), fundador da grife de luxo, afirma, em uma parte, que:
“A família Gucci reserva-se o direito de tomar qualquer iniciativa para proteger seu nome e imagem, assim como os de seus familiares.”
A família questionou especialmente o que eles disseram ser a representação no filme de Reggiani, interpretada por Lady Gaga, “como uma vítima que tenta sobreviver em uma cultura corporativa masculina e machista”.
Os herdeiros ainda ameaçam entrar com uma ação judicial contra o filme do diretor Ridley Scott pela forma como os membros da família foram retratados.
O texto afirma também que os herdeiros de Gucci se sentiram particularmente ofendidos com a descrição de Patrizia Reggiani:
“…uma mulher condenada por ordenar o assassinato de Maurizio Gucci, [apresentada] como vítima”.
Eles ainda lamentaram que Aldo Gucci e seus parentes foram retratados como “hooligans, ignorantes e insensíveis ao mundo a seu redor.”
Ademais, Aldo Gucci, filho do fundador da empresa Guccio Gucci, também relata:
“Apesar da afirmação de que a obra busca contar a ‘história real’ da família… o filme transmite uma narrativa que é tudo menos precisa. A produção do filme não se preocupou em consultar os herdeiros antes de descrever Aldo Gucci –presidente da empresa por 30 anos– e os membros da família Gucci como bandidos, ignorantes e insensíveis ao mundo ao seu redor. Isso é extremamente doloroso do ponto de vista humano e um insulto ao legado sobre o qual a marca é construída hoje. Isso não poderia estar mais longe da verdade. Nos 70 anos de história em que a Gucci foi uma empresa familiar, ela sempre foi inclusiva. Na verdade, justamente nos anos de 1980 –contexto histórico em que o filme se passa– havia várias mulheres em posições de liderança, e não apenas membros da família.”
Nos dias atuais, a família, já não tem qualquer relação com a marca Gucci, que agora pertence à gigante francesa de luxo Kering, disse que se reserva o direito “de tomar todas as medidas necessárias para proteger o nome, a imagem e a dignidade de si e dos seus entes queridos”.