Em quatro meses de uso, AVC Dá Sinais proporcionou atendimentos a 500 alagoanos
Lançado em agosto deste ano, o Programa AVC Dá Sinais, linha de cuidados pioneira no país para pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC), discutiu 500 casos suspeitos de AVC pelo aplicativo de telemedicina. Destes, 235 foram confirmados como AVC, além disso, foram realizadas 66 trombólises e 20 trombectomias mecânicas.
Para os casos de AVC agudo, as terapias reperfusionais – ponto-chave para evitar a morte a as graves sequelas – podem ser a trombólise (injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo) ou a trombectomia mecânica (retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral ou radial com o uso de um cateter).
A janela de tempo para a trombólise é de quatro horas e meia do início dos sintomas e depois desse tempo, até a oitava hora do início dos sintomas, faz-se a trombectomia mecânica. Mas quando o paciente procura ajuda fora da janela de tempo ideal, outras condutas são definidas pela equipe, de tal maneira que o paciente sempre recebe o serviço adequado.
O neurologista Matheus Pires, coordenador do Programa AVC Dá Sinais, destaca que o número de atendimentos discutidos é superior ao número de casos confirmados de AVC, porque alguns casos suspeitos de AVC podem ser diagnosticados como outras condições, como crise convulsiva, pico pressórico e hipoglicemia:
“De toda forma, todos os casos foram discutidos e tiveram a conduta adequada realizada.”
Dessa maneira, o Programa AVC Dá Sinais conta com quatro hospitais de referência em AVC, todos com tomógrafo e equipe capacitada: Hospital Geral do Estado (HGE), e Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), ambos na capital alagoana; Hospital Regional da Mata (HRM), no município de União dos Palmares; e também na Unidade de Emergência do Agreste, em Arapiraca.
As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) podem receber pacientes com suspeita de AVC como porta de entrada.
Além disso, o Programa possui um aplicativo de telemedicina que agiliza a comunicação entre o Samu e as UPAs com os neurologistas nos hospitais de referência.
E para os pacientes acometidos pelo AVC que tenham sido atendidos no HMA e necessitem de acompanhamento, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) oferece também um ambulatório pós-AVC (localizado no próprio HMA), com neurologista vascular, fisioterapeuta, fonoaudióloga e enfermeira.
Diante disso, o Secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, comemora a agilidade no atendimento de casos suspeitos de AVC nos alagoanos:
“Sabemos que o AVC é a segunda maior causa de morte no Brasil e uma das principais doenças responsáveis pela incapacidade no mundo. Tudo isso pode ser minimizado com acesso a atendimento eficiente e é isso que nós almejamos com o Programa AVC Dá Sinais. Alagoas é o primeiro estado no Brasil a estabelecer um Programa como esse pelo SUS [Sistema Único de Saúde] e fico muito contente em dizer que ele está em pleno funcionamento, oferecendo atendimento rápido e humanizado. Sou muito grato às equipes de saúde que abraçaram esse Programa que tem salvado tantas vidas.”
Vale ressaltar que os sintomas do AVC são alteração da fala e do movimento dos membros, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência, dormência nos braços e pernas e boca torta ao falar ou sorrir. Sendo assim, caso sejam identificados esses sintomas, o Samu (192) deve ser acionado imediatamente, o paciente pode também se dirigir a uma UPA ou diretamente a um dos hospitais de referência, desde que seja porta de entrada.