Programa governamental AVC Dá Sinais realiza 600 atendimentos em menos de cinco meses
Lançado no dia 23 de agosto do ano passado e pioneiro em todo o Brasil ao criar uma estratégia de cuidados voltada para os pacientes acometidos pelo Acidente Vascular Cerebral (AVC) agudo, o Programa AVC dá Sinais atendeu 600 casos suspeitos em menos de cinco meses desde o lançamento, dos quais mais da metade eram casos de AVC.
Dessa maneira, dos 600 casos suspeitos de AVC discutidos pelo atendimento de telemedicina Join, 326 foram confirmados e todos tiveram a conduta ideal definida pela equipe médica.
Sendo assim, destes, 186 foram confirmados como casos de AVC isquêmico agudo. Foram realizadas 77 trombólises e 22 trombectomias mecânicas.
A trombólise (injeção de uma medicação para a dissolução do coágulo) e a trombectomia mecânica (retirada do coágulo que está obstruindo o vaso, através de uma punção feita na veia femoral ou radial com o uso de um cateter) são as duas terapias reperfusionais ponto-chave para evitar a morte e as graves sequelas nos casos do AVC agudo.
A janela de tempo para a trombólise é de quatro horas e meia do início dos sintomas. Depois desse tempo, até a oitava hora do início dos sintomas, faz-se a trombectomia mecânica. Mas quando o paciente procura ajuda fora da janela de tempo ideal, outras condutas são definidas pela equipe, de tal maneira que o paciente sempre recebe o serviço adequado.
Os atendimentos são discutidos pelo Join, o que possibilita agilidade no diagnóstico e na tomada de decisões pelos médicos.
Vale ressaltar, que, durante uma crise de AVC, a cada minuto, são perdidos em média dois milhões de neurônios, isso pode gerar graves sequelas ao paciente. Por isso a eficiência no diagnóstico e na conduta é essencial.
Programa AVC dá Sinais – O programa ampliou a rede de cuidado de AVC, com quatro hospitais de referência, todos com tomógrafo, equipe capacitada e um aplicativo que agiliza a conduta médica e a transferência do paciente pro hospital de referência mais próximo.
Antes desse programa, apenas o Hospital Geral do Estado (HGE) possuía unidade de AVC em Alagoas. E agora, além do HGE, as unidades estão também no Hospital Metropolitano de Alagoas (HMA), no Hospital Regional da Mata (HRM) e no Hospital de Emergência do Agreste (HEA). Além deles, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e o Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) estão aptos para receber os pacientes como porta de entrada.
Para o programa, foram capacitados médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, além do pessoal da recepção e os maqueiros, para que todos saibam identificar quais são os sinais do AVC e consigam atender o paciente com a maior celeridade possível.
Conheça o AVC – O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também conhecido como derrame, é uma doença cerebrovascular caracterizado por uma alteração súbita do fluxo sanguíneo cerebral, que compromete a circulação de sangue em alguma região do cérebro. Isso ocorre por um entupimento ou vazamento nas artérias. A Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que, uma a cada seis pessoas, pode desenvolver a doença e o Ministério da Saúde (MS) chegou a afirmar que, a cada cinco minutos, um brasileiro evolui para óbito, em consequência do agravamento desta enfermidade. No Brasil, são registrados, em média, 100 mil óbitos por AVC anualmente.
Os sintomas do AVC são alteração da fala e do movimento dos membros, fraqueza em um dos lados do corpo, boca torta ao falar ou sorrir, tontura, dor de cabeça repentina, náuseas, vômitos, rebaixamento do nível de consciência e sonolência. Caso sejam identificados esses sintomas, o Samu (192) deve ser acionado imediatamente, mas, o paciente pode também se dirigir a uma UPA ou diretamente a um dos hospitais de referência, desde que seja porta de entrada.