Região lagunar de Maceió passa a ser analisada pela ONU-Habitat e Governo de Alagoas
A região lagunar da capital de Alagoas passou a ser um dos focos de estudo do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat).
Dessa maneira, em parceria com o Governo do Estado, a equipe técnica do projeto Visão Alagoas 2030 começou a desenvolver, em campo, um mapeamento que vai coletar diversos dados sobre a vivência nos assentamentos precários da orla lagunar da cidade.
Uma das metodologias utilizadas é a mesma aplicada anteriormente nas cem grotas de Maceió: o Mapa Rápido Participativo, conhecido como MRP.
O levantamento é o primeiro realizado pelo ONU-Habitat na região e vai abranger especialmente os bairros do Bom Parto, Levada, Vergel do Lago e Trapiche da Barra.
Nas ruas e com um caderno de campo em mãos, o corpo técnico do Programa já começou a colher informações sobre a cobertura e a qualidade de infraestrutura e dos serviços públicos relacionados ao local.
Diante disso, o analista de Dados do ONU-Habitat, Harlan Silva, explica que:
“No projeto, são analisados temas como melhorias urbanas e riscos ambientais, incluindo dados sobre infraestrutura para mobilidade, acesso aos meios de transporte, padrão das moradias, abastecimento de água, esgotamento sanitário, coleta de lixo e limpeza urbana, entre outros. Por meio dessa metodologia, já temos fornecido dados que auxiliam o Estado no processo de implementação de melhorias estruturantes em diversos assentamentos, como os beneficiados pelo programa Vida Nova nas Grotas. Ambos complementam o trabalho de coleta de dados e informações que temos desenvolvido nos principais assentamentos precários de Maceió e devem contribuir muito para que a gente tenha uma leitura mais integrada e completa do município. Agora, estamos ampliando o campo de estudo e cobrindo toda a grande área da orla lagunar para que o poder público consiga atuar com mais precisão na região.”
Além do MRP, a equipe do ONU-Habitat também vai iniciar, em breve, a aplicação do Perfil Socioeconômico. A metodologia envolve uma pesquisa domiciliar na região sobre temas como educação, renda, trabalho, esporte, cultura, lazer, acesso a serviços públicos, habitação, saúde, violência e outros. Juntos, os projetos vão diagnosticar a situação sociodemográfica e econômica das famílias, a mobilidade residencial e o acesso a equipamentos e serviços na comunidade.
A expectativa é que, com a iniciativa, o ONU-Habitat consiga cobrir uma área de aproximadamente 114 hectares, colhendo percepções de mais de 29 mil pessoas sobre o território em que vivem.
Para o coordenador de Programas do ONU-Habitat, Alex Rosa, a obtenção de informações detalhadas sobre os territórios urbanos que concentram moradias precárias e vulnerabilidade social é de fundamental importância para o desenho de políticas públicas sob medida, orientando investimentos de forma mais efetiva:
“Esta prática, à medida em que é incorporada pelas diversas instâncias de governo, qualifica a ação pública para o enfrentamento dos problemas urbanos. É deste modo que teremos as condições de reduzir as desigualdades nas cidades.”