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O projeto “Todo índio tem Ciência”, coordenado pelo professor da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) Aldemir Barros foi convidado a participar do IV Seminário Internacional CAFTe/ XIV EIFORPECS, que ocorre de 11 a 13 de setembro, na Universidade do Porto, em Portugal.

 

Na ocasião, serão apresentados os curta-metragens “Todo índio tem Ciência” sobre a Escola Estadual Indígena Pajé Miguel Celestino, que contará com a presença da professora indígena xukuru-kariri Rosângela Queiroz, e o curta-metragem “Jiripancó: escola do nosso eu”, que também contará com a presença do representante do povo Jiripancó, Maurício dos Santos.

 

Rosângela é graduada pelo Programa de Licenciatura Intercultural Indígena Prolind, e Maurício é graduando no Curso de Licenciatura Intercultural Indígena (Clind), ambos ofertados pela Uneal, com o primeiro em parceria com o governo federal, enquanto o segundo sendo o único curso no Brasil financiado com recursos do governo estadual.

 

“À distância, a gente consegue ver o potencial da Uneal porque o Clind é um programa maravilhoso que forma os indígenas e tivemos essa oportunidade de trazer professores indígenas (para a Universidade do Porto). Isso faz muita diferença. Todo mundo está discutindo aqui essa questão da educação e justiça social. A Uneal faz isso através do Clind”, analisou o professor Aldemir Barros.

 

Também será apresentado o projeto de Iniciação Científica “Escolas indígenas e o conhecimento contra-hegemônico: mapeamento de processos e práticas pedagógicos-curriculares e efeitos reais – todo o índio tem ciência”, na sessão de comunicação oral pela bolsista Pibic/Fapeal Layza Emanuelle.

 

Parceria

O coordenador do projeto, professor doutor Aldemir Barros, destaca a importância de estabelecer parcerias institucionais que viabilizem diálogos científicos, necessários à formação acadêmica. Ele relatou que o convite para o evento foi realizado pelo professor Paulo Marinho, da Universidade do Porto, com quem tem firmado parcerias para desenvolvimentos dos projetos cinematográficos.

O professor doutor Paulo Marinho por sua vez  observa que “a escola tem uma importante missão, que é a obrigação de promover justiça social dos sujeitos que tiverem a oportunidade de por ela se envolver e passar”.

 

Escolas indígenas em Alagoas

A educação escolar indígena tem exercido forte efeito na formação de crianças e adolescentes, sobretudo, quando os professores indígenas adaptam o currículo às necessidades locais no que se refere a conteúdo e método. Atualmente, as escolas indígenas são geridas pela Secretaria Estadual de Educação do Estado de Alagoas, contabilizando 17 unidades localizadas nas aldeias indígenas, distribuídas em 5 gerências regionais de ensino. Estas escolas atendem a formação no ensino fundamental e médio, a depender da região e aldeia. Envolve diretamente boa parte da população em suas atividades, o que permite vislumbrar seu impacto na comunidade.