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A capacitação de profissionais pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) com o objetivo de sensibilizar e identificar a hanseníase no estado, resultou no aumento do registro da doença em Alagoas. Em 2023, o crescimento foi de 32,2%. A informação foi atualizada nesta sexta-feira (12), pelo Ministério da Saúde (MS).

 

A coordenadora do Programa Estadual de Vigilância e Eliminação da Hanseníase, Itanielly Queiroz, explica que o registro de aumento de casos acontece devido às diversas atividades realizadas pela Sesau em parceria com os municípios para o rastreamento precoce da doença. “Em 2023 realizamos várias capacitações nos municípios, entre elas, os treinamentos que contemplaram as 10 regiões de saúde para médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde que tiveram interesse em se capacitar. Também tivemos a passagem da carreta Roda-Hans por Alagoas, entre 11 de julho a 11 de agosto, que detectou 48 novos casos da doença”, disse.

 

Ainda segundo a coordenadora, o registro de novos casos condiz com o maior preparo e sensibilização dos profissionais de saúde na identificação da doença. “O registro de aumento de número de casos é fundamental porque, quanto mais capacitados os profissionais de saúde estiverem, mais terão condições de identificar a doença de forma precoce, fazendo com que o paciente inicie o tratamento o mais rápido possível e quebre a cadeia de transmissão e, assim, evitando as sequelas que a hanseníase traz”, explicou.

 

O secretário de Estado da Saúde, o médico Gustavo Pontes, destaca que a Sesau tem trabalhado incansavelmente para a capacitação dos seus profissionais. “Lutamos por profissionais de saúde capacitados e humanizados para prestar o melhor trabalho para o nosso estado”, disse.

 

De acordo com as informações do Painel de Monitoramento de Indicadores da Hanseníase, a cidade de Maragogi possui um aumento de 1.500% nos registros, seguida de Palmeira dos Índios, com 650%; Atalaia, com 500%; Capela, com 300%; e Pão de Açúcar, com 225% de crescimento nos registros.

 

Transmissão

 

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa, cujo principal agente etiológico é o Mycobacterium leprae. A doença é transmitida de uma pessoa doente que não esteja em tratamento para uma pessoa saudável suscetível. A hanseníase tem cura, mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou o tratamento não for realizado adequadamente, pelo período preconizado, já que atinge pele e nervos.

 

Os sinais e sintomas mais frequentes de hanseníase são manchas e áreas da pele com diminuição de sensibilidade térmica (ao calor e ao frio), ao tato e à dor, que podem estar em qualquer parte do corpo, principalmente nas extremidades das mãos e dos pés, na face, nas orelhas, no tronco, nas nádegas e nas pernas.

 

Itanielly Queiroz pontua que, ao identificar um caso da doença, é necessário realizar uma investigação epidemiológica da cadeia de transmissão da hanseníase, examinando qualquer pessoa que teve contato intradomiciliar e prolongado com o paciente, como familiares e amigos. “Quando fazemos a identificação de modo precoce nas unidades básicas de saúde, evitamos que, posteriormente, a doença se agrave.

 

Portanto, é importante ficar atento aos sintomas que são manchas brancas e avermelhadas na pele e comprometimento dos nervos periféricos. A pessoa acometida pela doença também pode sentir sensação de formigamento nas mãos e pés, diminuição ou perda da sensibilidade e nódulos no corpo, alguns deles dolorosos”, ressaltou.

 

 

A coordenadora do Programa Estadual de Combate à Hanseníase lembrou, ainda, que o tratamento é completamente assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). “O diagnóstico acontece por avaliação clínica do profissional médico e não precisa de exames complementares nem laboratoriais. Os remédios são distribuídos exclusivamente pela Rede Pública de Saúde e não podem ser adquiridos em farmácias, por isso é essencial que as pessoas procurem o atendimento médico de forma regular”, ressaltou.