A Central de Transplantes de Alagoas, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), promoveu, na quinta-feira (4), o Curso de Determinação de Morte Encefálica com foco na atualização de médicos para a realização do protocolo e diagnóstico de morte cerebral. O treinamento reuniu profissionais de todos os hospitais da Rede Estadual de Saúde e ocorreu na sede da Escola do Governo, localizada no bairro Centro, em Maceió.
Atualmente, Alagoas contabiliza 522 pacientes aguardando por um órgão, sendo 484 por córnea, quatro por fígado e 34 por rim.
O treinamento visa tornar os profissionais aptos e habilitados para realizar o diagnóstico, aplicar o procedimento e concluir se o paciente é um potencial doador de órgãos. O diagnóstico de morte encefálica, uma das principais linhas de cuidado em transplantes, é indispensável para a doação de órgãos. Desde 2017, com a publicação da Resolução 2.173 do Conselho Federal de Medicina (CFM), apenas médicos especificamente capacitados podem realizar esse diagnóstico.
A coordenadora da Central Estadual de Transplante de Alagoas, Daniela Ramos, ressaltou a importância da capacitação dos profissionais para realização do protocolo correto do diagnóstico. “Esse curso é fundamental para a identificação e realização do protocolo de morte encefálica que é a condição da doação de múltiplos órgãos. Então, é mais um avanço, mais uma iniciativa da educação permanente da Central de Transplante para que possamos capacitar incentivar e esse diagnóstico e assim ter uma doação autorizada que é a consequência boa de todo o processo”, destacou.
O instrutor da Capacitação de Determinação de Morte Encefálica, Tiago Maciel, explicou que após o protocolo ser finalizado e o diagnóstico de morte encefálica ser confirmado, uma equipe multidisciplinar acolhe os familiares e informa sobre a possibilidade da doação. “O diagnóstico é feito em três etapas, com médicos diferentes, que realizam uma série de testes neurológicos e aí vem um terceiro teste, para proceder o exame complementar de imagem. Por meio dele é comprovado, realmente, que o paciente está em morte encefálica. Deste modo, com cada vez mais médicos capacitados, ampliaremos a capacidade de diagnóstico, que é o dever do hospital e o direito da família”, explicou.
Presente no treinamento, a responsável pelo Núcleo de Educação Permanente da Central de Transplantes, Claudete Balzan, enfatizou a necessidade de cada vez mais capacitar profissionais, não só em nível técnico, mas a educação permanente da sociedade, do meio acadêmico científico. “Nosso trabalho é baseado na capacitação contínua dos profissionais, pois quanto mais construirmos essa base técnica para servir o Estado, mais avançamos em relação aos indicadores e as metas que buscamos, que é ter o maior número de notificações possíveis e, principalmente, de doações de órgãos”, salientou.