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Idoso recebe terceira dose de reforço na estação de trem de Termini, a principal da capital italiana Foto: YARA NARDI / REUTERS

Nova onda de casos de Covid-19 ameaça Europa e coloca em risco a população

Enquanto o Brasil já vive dias melhores na pandemia causada pelo Sars-CoV-2, países da Europa e da Ásia Central enfrentam uma nova onda de infecções e mortes pela doença.

De acordo com levantamento descrito pela Fiocruz, na última semana de outubro, os países dessas regiões foram responsáveis por 59% de todos os casos e 48% dos óbitos registrados no mundo inteiro.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que está “muito preocupada” com o aumento de casos de covid-19 na Europa, que vive uma nova onda de infecções pelo novo Coronavírus.

a epidemiologista Carla Domingues, especialista em saúde pública, afirma que:

“Enquanto não vacinar todo mundo, se abrir mão do uso de máscaras, liberarmos aglomerações e não pedirmos o passaporte da vacina, é esperado que ocorram novas ondas. A doença é cíclica e novos ciclos serão evitados vacinando a população.”

A Organização Mundial da Saúde (OMS) vem fazendo alertas recorrentes sobre a situação da Europa. Nessa segunda-feira (23), durante a conferência de abertura do Congresso Brasileiro de Epidemiologia, uma das diretoras da entidade, Mariângela Simão, afirmou que o mundo está entrando em uma quarta onda da pandemia da Covid-19.

Hans Kluge, diretor regional da OMS, disse que 500 mil novas mortes podem ocorrer até março, se medidas urgentes não forem adotadas.

Diante disso, Kluge relata que exigir uso de máscara, por exemplo, produziria um efeito imediato em conter as infecções. O alerta da OMS chega num momento em que vários países vivenciam recordes em taxas de infecção e, alguns deles já estão introduzindo lockdowns totais ou parciais.

Ademais, Kluge diz que uma série de fatores está por trás da nova onda de covid, como a chegada do inverno, cobertura vacinal insuficiente e a prevalência da variante Delta na Europa, que é mais transmissível. Ele defendeu aumentar o ritmo de vacinação, adotar medidas básicas de saúde pública e introduzir novos tratamentos para ajudar a combater mortes pela doença.

A Áustria foi o primeira Estado a voltar a impor regras nesse âmbito, com início nesta segunda-feira (21), o confinamento de toda a população para travar o aumento de infecções por Covid-19. O chanceler Alexander Schallenberg decidiu, ainda, tornar a vacinação obrigatória a partir de 1º de fevereiro.

O governo austríaco estabeleceu uma duração inicial de dez dias para o novo confinamento, período durante o qual a maioria das lojas terá de fechar, os eventos culturais serão cancelados e os alunos voltarão a ter aulas online. Este período poderá ser renovado para um máximo de 20 dias, caso dez dias não sejam suficientes para diminuir os novos casos de infeção.

Já nos Países Baixos, o governo decretou um confinamento parcial durante três semanas, o encerramento da restauração às 20h e a proibição da entrada de pessoas não vacinadas em espaços públicos.

Outro exemplo, é a Alemanha, onde o ministro da Saúde, Jens Spahn, falou que a situação é uma “emergência nacional” e se recusou a descartar outro bloqueio nacional.

Atualmente, a Europa vive uma situação heterogênea em relação à cobertura vacinal. Enquanto Portugal e Espanha têm 86,6% e 79,6% da população totalmente imunizada, respectivamente, a Alemanha segue com 68% dos habitantes com as duas doses ou dose única, a Áustria com 65%, a Estônia com 59% e a Rússia com 37%, segundo a plataforma Our World In Data.

A cobertura vacinal estagnada combinada com o avanço da variante Delta do novo Coronavírus – em especial entre os não vacinados – e as flexibilizações das medidas de proteção são fatores que contribuíram para o aumento de casos.