O Centro Psiquiátrico Judiciário Pedro Marinho Suruagy (CPJ), em Maceió, debateu na última quinta-feira, 7 de abril, a integração e a relação de profissionais com os pacientes psiquiátricos. Servidores e colaboradores do sistema prisional explicaram, ouviram e aprenderam sobre o atendimento aos internos.
Diante disso, o subchefe do CPF, Charles Monteiro, declarou que:
“O objetivo do evento é promover a integração de todos os setores envolvidos no CPJ e aproximar, sobretudo, a equipe da temática dos pacientes psiquiátricos. Esse evento tem como público-alvo a equipe do Centro Psiquiátrico Judiciário composto pelos policiais penais, pelos funcionários da limpeza, pelo setor de saúde, de serviço social. Enfim, todos os setores que participam diretamente do trato para com o paciente psiquiátrico.”
A psiquiatra do CPJ, Tainá Carvalho, reforçou que a iniciativa do encontro é importante para reunir temas importantes apresentados aos servidores que integram o Centro Psiquiátrico:
“Temas que serão discutidos envolvem questionamentos sobre o que é o transtorno psiquiátrico, quem é o paciente psiquiátrico, o que se pode conhecer sobre o interno e a estrutura de apoio, assim como lidar com os pacientes. É importante discutir como lidar com paciente agitado, com o paciente em surto, entre outros.”
Ademais, a profissional ainda destacou que:
“[..] são temas bem importantes para que a equipe possa cada vez mais ter material para lidar com esse público. Então é muito importante que a gente possa sempre estar imerso nesse mundo e a gente possa fazer esse atendimento de uma forma digna, de forma humana e conhecimento necessário”, enfatizou. Tainá Carvalho completa que é bom lembrar que a maioria dos pacientes no CPJ são psicóticos (com transtorno mental). “Ou seja, que a psiquiatria pode nomear como esquizofrenia. Houve uma evolução nos cuidados, mas ainda há muito a caminhar porque ainda é visto com muito estigma, muito preconceito. Como se essas pessoas precisassem ficar excluídas.”
Tainá acrescentou que no CPJ o objetivo não é excluir essas pessoas, calá-las e apenas transformá-las para que elas voltem à sociedade:
“Não é esse o objetivo do tratamento, o objetivo é que essa pessoa possa ser ouvida, possa receber cuidado e, claro, conviver porque a gente vive em sociedade. Não existe tratamento para tornar uma pessoa em outra pessoa. É preciso que a gente compreenda todo processo que envolve um adoecimento, que a gente escute. É uma coisa mais complexa que é preciso que a gente se prepare bastante.”