Alagoas inicia a semana com uma ótima notícia na área da saúde. Isso porque, dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) apontam que há 20 dias o Estado não registra casos confirmados de doença meningocócica. A última notificação ocorreu no dia 5 deste mês, cujo paciente, que é do sexo masculino e reside em Maceió, já está totalmente recuperado, segundo a Gerência Estadual de Vigilância das Doenças Transmissíveis.
Os dados constam no Boletim Epidemiológico divulgado pelo Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs), com base nas análises realizadas pelo Laboratório Central de Alagoas (Lacen/AL), onde as amostras coletadas de 6 a 25 de setembro não apresentaram resultado positivo para a doença meningocócica. Conforme a Sesau, no período de agosto de 2022 até esta segunda-feira (25), Alagoas registrou 29 casos de doença meningocócica, sendo 27 em Maceió, onde 10 evoluíram para óbito; um caso em São Luís do Quitunde; e um caso em Atalaia, que também não resistiu e morreu.
Para o secretário de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, os dados são animadores, porque demonstram que surtiram efeito positivo as ações realizadas para enfrentamento do cenário de aumento de casos da doença meningocócica na capital alagoana. “Os técnicos da Sesau vêm atuando em parceria com a equipe de Vigilância Epidemiológica de Maceió para conter a situação, o que felizmente está ocorrendo, conforme demonstram os dados epidemiológicos”, salientou.
Gustavo Pontes de Miranda ressaltou, entretanto, que o Plano de Enfrentamento da Doença Meningocócica irá continuar em ação, focando no diagnóstico dos casos de forma precoce, no bloqueio feito com medicamentos nos contatos do paciente em tempo oportuno e, também, na garantia da assistência, por meio de leitos na Rede Hospitalar do Estado. “Nossas equipes permanecem em vigilância diária e, mesmo sem o registro de casos há vários dias, nossa estratégia de atuação permanecerá ativa”, assegurou o gestor da saúde estadual.
O secretário executivo de Vigilância em Saúde, médico Marcos Hollanda, enfatizou que todas as áreas da Vigilância Epidemiológica permanecem de prontidão para alertar as autoridades de saúde caso ocorra alteração do cenário epidemiológico e se o número de casos voltar a aumentar. “O trabalho realizado pela vigilância em saúde é fundamental porque aponta quando há um crescimento de casos de uma doença, levando os gestores a atuarem para controlar e sanar o evento adverso. Por isso, os técnicos do Programa Estadual de Controle da Meningite, do Cievs e do Lacen estão trabalhando diuturnamente para subsidiar a tomada de decisão no enfrentamento à doença meningocócica”, frisou.
Proteção
Com relação às medidas de proteção contra a doença meningocócica, o infectologista da Sesau, Renee Oliveira, recomendou que a população atualize a Caderneta de Vacinação com as cinco vacinas disponibilizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e que estão disponíveis nos 102 municípios alagoanos. De acordo com o especialista, o Ministério da Saúde (MS) disponibiliza as vacinas Meningocócica Conjugada C, Meningocócica Conjugada A, C, W e Y, Pentavalente, Pneumocócica Conjugada 10-Valente e a BCG, que visam conferir a proteção adequada contra as principais formas da meningite, evitando o adoecimento e a disseminação, que podem levar a surtos, sequelas das pessoas acometidas, hospitalizações por longos períodos, além de óbitos.
“A população deve fazer a sua parte e procurar os postos de vacinação com seus filhos e seguir o calendário vacinal de forma correta, completando assim o esquema vacinal preconizado pelo Ministério da Saúde. Desse modo, estaremos garantindo a segurança de todos, porque quando você se vacina ou imuniza seu filho, está, automaticamente, se protegendo e prevenindo que outras pessoas adoeçam, uma vez que os imunizantes freiam a cadeia de transmissão dos vírus e bactérias”, destacou Renee Oliveira.
Sintomas e Transmissão
Sobre os sintomas e transmissão da doença meningocócica, Renee Oliveira salientou que a pessoa acometida apresenta febre, mal-estar, vômitos, náuseas, dor de cabeça e rigidez na nuca, a ponto de não conseguir encostar o queixo no peito. Já com relação às formas de transmissão, a meningite pode acontecer através do contato com alimentos e água contaminados, na sua forma viral, e através da respiração, em sua variação bacteriana.
“Ao perceberem os sintomas, os responsáveis ou a pessoa acometida pela doença deve procurar uma unidade de saúde mais próxima da residência o quanto antes. Caso seja necessário, o paciente será transferido para os hospitais especializados para receber os cuidados adequados. A meningite é uma doença grave, porém, é prevenível e tratável quando identificada em tempo hábil. Mas é imprescindível que a população se conscientize e se imunize”, apelou o infectologista da Sesau.