Imunização contra o novo Coronavírus gera questionamentos esclarecidos por infectologista da SESAU
Com a disseminação da variante Ômicron no Brasil, os debates sobre a importância da vacinação vêm à tona. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) segue defendendo a vacinação para o fim da pandemia do novo coronavírus, além de os protocolos sanitários, como o uso da máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social.
A infectologista e diretora médica do Hospital da Mulher (HM), Sarah Dominique Dellabianca, esclarece questionamentos importantes sobre a vacina contra a Covid-19 e garante que apenas o avanço da imunização e o respeito aos protocolos sanitários são capazes de dar fim à pandemia.
A infectologista explica que a vacina possui dois efeitos: o efeito individual e o efeito coletivo. O efeito individual da vacina é a diminuição das chances de agravamento e óbito, caso se contraia a doença. Já o efeito coletivo é a redução da transmissão do vírus (pessoas vacinadas costumam transmitir menos), apesar de não haver um cálculo preciso sobre essa redução. Assim, quanto mais gente vacinada, menor é a propagação do vírus.
Os grupos mais vulneráveis (que apresentam perda natural no status imunológico), como os idosos e os imunossuprimidos, se beneficiam mais dessa redução. Assim, o fechamento do esquema vacinal com as três doses do imunizante não basta para que os grupos mais vulneráveis estejam realmente protegidos, é preciso que exista também a imunidade de rebanho.
Vale lembrar que a diminuição da taxa de transmissão é multifatorial e depende também do uso de máscara e isolamento social, então os protocolos sanitários devem continuar mesmo após a vacinação.
Cientificamente, a recusa da vacina não é vantajosa para ninguém, porque isso dá força adaptativa aos vírus, às mutações virais, uma vez que não vacinar ou aguardar um momento posterior para se vacinar cria um ambiente favorável para o surgimento de novas variantes mais fortes e mais resistentes do vírus dentro das comunidades, porque quando uma pessoa vacinada entra em contato com o vírus, o seu sistema imunológico não replica a carga viral tanto quanto uma pessoa não imunizada.
Ademais, Sarah Dominique garantiu ser ‘Fake News’ a notícia que afirma que os imunizantes provocam autismo em crianças. Já com relação à miocardite em crianças como efeito da vacinação, a médica explica que estudos realizados com crianças, adolescentes e adultos jovens nos Estados Unidos, Israel e Europa comprovam que o risco é inferior a 0,002% e que essa miocardite, que é possível a partir de 21 dias após a vacina e até o 42º, se apresenta de modo leve a moderado, sem nenhum óbito associado.
Quem apresenta sintomas de Covid-19 ou quem testou positivo para Covid-19 deve aguardar um mês antes de tomar a dose de reforço ou qualquer dose que seja, porque quando o sistema imunológico está trabalhando para lidar com a carga viral da infecção natural, a produção de anticorpos pode interferir na resposta do corpo à vacina.