O presidente Jair Bolsonaro (PL) completou nesta quinta-feira (17) duas semanas sem aparições públicas. Nesse período, os encontros que ele teve foram dentro do Palácio da Alvorada, que é a residência da Presidência da República.
Nas redes sociais, em que costumava ser ativo, Bolsonaro diminuiu o ritmo de publicações.
Na porta do palácio, diminuiu também o movimento de apoiadores, com os quais Bolsonaro conversava quase diariamente, o que também não tem acontecido nos últimos dias.
A reclusão do presidente coincide com a derrota na eleição para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No dia 31 de outubro, um dia após a derrota na eleição, Bolsonaro foi ao Palácio do Planalto, local de trabalho da Presidência, para uma reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
No dia seguinte, em 1º de novembro, Bolsonaro fez duas aparições públicas. Primeiro, ele deu um pronunciamento no Alvorada para falar sobre o resultado das eleições. Na ocasião, disse que respeitará a Constituição.
Depois, foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para uma reunião com os ministros da Corte.
Ainda naquela semana, na quinta-feira (3), o presidente esteve no Palácio do Planalto para um encontro com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB).
O pronunciamento, a interação com Alckmin e a conversa no STF não constam na agenda oficial.
Depois desses eventos, Bolsonaro não teve mais aparições públicas.
A agenda de Bolsonaro mostrou que, ao longo dessas duas semanas, foram realizados 19 encontros com ministros, políticos e funcionários da Presidência. Todos esses encontros foram no Alvorada. Em sete dos últimos15 dias, ele não teve compromissos oficiais.
Entre as pessoas que mais visitaram Bolsonaro estão:
- o subchefe para Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Renato França (quatro visitas);
- o ministro chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Célio Faria (três visitas);
- e o ministro chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), (duas visitas).
Outras dez pessoas visitaram o presidente uma única vez. Ente elas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o da Saúde, Marcelo Queiroga.
Fora desses registros oficiais, Bolsonaro recebeu visitas de familiares e aliados, como o general da reserva Braga Netto, vice na chapa que disputou a eleição, e o filho Flávio Bolsonaro (PL-RJ), senador.
Depois do 2º turno das eleições para presidente da República, o Bolsonaro fez poucas manifestações no Facebook e Twitter. As duas redes sociais eram as mais utilizadas pelo presidente durante sua gestão.
Na conta oficial do Twitter, Bolsonaro fez três publicações:
- três dias após perder as eleições, divulgou um vídeo pedindo para que a população desobstruísse as rodovias bloqueadas ilegalmente;
- seis dias depois, postou uma foto em que aparece em meio a uma multidão com uma bandeira do Brasil ao fundo.
- Na quarta-feira (16), fez uma postagem para divulgar suas contas em outras redes sociais.
Já no Telegram e TikTok, o perfil do presidente continua ativo, mas apenas divulgando informes administrativos do governo federal.
As lives que o presidente fazia toda quinta-feira não ocorrem há três semanas.