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Com o tema “Saúde Mental Materna Importa”, a campanha Maio Furta-Cor de 2024 pretende conscientizar acerca da importância de discutir a saúde mental materna. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), apesar de estudos já mostrarem o crescimento de transtornos mentais na gestação e, de forma mais específica, no pós-parto, o pré-natal no Brasil ainda é voltado basicamente para a saúde física da mãe em decorrência do desenvolvimento do bebê.

Para a psicóloga Regina Japiá, a saúde mental materna diz respeito ao bem-estar mental, equilíbrio emocional e a capacidade de lidar com os desafios associados à maternidade, incluindo a gestação, parto, pós-parto, bem como a maternidade por adoção, e até mesmo a mulher que está tentando engravidar e ainda não conseguiu.

O período perinatal, que começa com 22 semanas completas de gestação e termina aos sete dias completos de vida do recém-nascido, é o momento de maior vulnerabilidade para adoecimentos mentais no ciclo vital de uma mulher. Dados do MS mostram que a depressão pós-parto acomete mais de 25% das mães no Brasil, sendo a depressão o transtorno mais frequente, seguido pela ansiedade, 16%; transtorno de estresse pós-traumático, 4%; e psicose pós-parto, 1%.

“É por isso que essa pauta deve estar sempre presente não só entre a equipe diretamente ligada à saúde mental, mas por toda equipe multiprofissional, sociedade e família”, explicou a psicóloga Regina Japiá, representante do Maio Furta-Cor, em Maceió.

 

Como exemplo, ela explicou que uma mulher tem 16 vezes mais chances de ser admitida em uma urgência psiquiátrica nos primeiros 30 dias após o parto do que em qualquer outro período de sua vida. “Sabemos que conceber, gestar, dar a luz, nutrir, cuidar e educar filhos são eventos desafiadores na vida das mulheres e todo esse processo tem um impacto em sua saúde mental e emocional. A saúde mental materna não deve ser negligenciada”, reforçou Regina.

 

III Encontro de Mães

 

Com o intuito de sensibilizar sobre a temática e reforçar a Campanha Maio Furta-Cor, a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) promove, no próximo dia 15, o III Encontro de Mães da MESM. O evento vai debater a saúde mental materna com mães internas e acompanhantes, às 9h, no auditório da unidade.

 

O III Encontro contará com palestra sobre o Maio Furta-Cor, ministrada pela psicóloga Regina Japiá, representante do Maio Furta-Cor, em Maceió; um bate-papo com a pediatra Andréa Pinheiro sobre ‘Amamentação e Doação de Leite Materno’; apresentação sobre a ‘Importância do Método Canguru’, com a terapeuta ocupacional Manuela Medeiros; Mobilidade Corporal, com a fisioterapeuta Mayhara Amorim, e oficina da Manobra de Heimlich – aplicação da técnica de desengasgo de bebês, com a enfermeira Cássia Glauciene.

 

O evento é uma organização do Setor de Qualidade de Vida do Trabalhador – QVT, com a participação da equipe multiprofissional e representante do Maio Furta-Cor, em Maceió. “Vamos tratar de um assunto de interesse de todos, pois vai muito além de uma questão individual, pois diz respeito às politicas públicas de cuidado com a mãe, família e bebê”, finalizou Japiá.

 

Sobre o Maio Furta-Cor

 

 

Maio Furta-Cor é uma campanha sem fins lucrativos, democrática e apartidária que visa sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna. Dentre os objetivos da campanha estão: sensibilizar a população para a causa da saúde mental materna; promover ações de conscientização em saúde mental materna baseadas em evidências científicas; fomentar discussões nos mais variados espaços, públicos em privados, em torno da saúde mental das mães, papéis de gênero, sobrecarga materna e pautas que dialoguem com a causa; encorajar mudanças culturais e estruturais a partir da difusão de informações e reivindicar a garantia de direitos e políticas públicas de saúde que contemplem as mães.