O Instituto de Criminalística da Polícia Científica de Alagoas realizou, na quarta-feira (8), um exame complementar no local onde o agricultor Gilmar Camilo da Silva, morreu por eletroplessão (descarga elétrica) em Palmeira dos Índios. As análises vão contribuir com as investigações do inquérito policial que apura as circunstâncias do acidente de trabalho que culminou na morte da vítima.
O caso aconteceu no dia 16 de setembro deste ano, no Sítio Moreira, zona rural do município no agreste alagoano. Segundo testemunhas, Gilmar Camilo, que na época tinha 25 anos, estava trabalhando na colheita de milho em cima de um carroção puxado por um trator, quando sofreu uma descarga elétrica, após a máquina tocar em um fio de alta tensão.
Gilmar Camilo caiu da máquina, foi socorrido por amigos e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmeira dos Índios. Mas, devido à gravidade do choque elétrico, ele já deu entrada em óbito na unidade de saúde, sendo o corpo dele recolhido para o Instituto Médico Legal de Arapiraca que confirmou a morte por eletroplessão.
Em atendimento à requisição da Delegacia do 64º Distrito Policial de Palmeira dos Índios, em 19 de setembro de 2023, a perita criminal Adriana Sarmento realizou o exame pericial no local do fato. Na quarta (8), os peritos criminais Wellington Melo e Charles Mariano retornaram ao local do fato para realizar um exame complementar para medição da rede de alta e média tensão. Além de contar com a parceria da Equatorial, os peritos utilizaram a unidade móvel de perícia e o drone do IC para realização dos exames que podem esclarecer a dinâmica da morte do agricultor.
“Foi necessária a realização desse exame complementar com o apoio de técnicos da Equatorial Energia para obter a medição de altura dos condutores de média tensão da referida empresa em relação ao solo no local onde ocorreu o acidente com vítima fatal, a fim de verificar se estavam de acordo com as normas. Os dados coletados serão analisados e irão subsidiar a elaboração do laudo pericial. Após a conclusão, o laudo será enviado à delegacia responsável pelas investigações”, explicou o chefe do IC Wellington Melo.
Segundo o departamento de estatística da Polícia Científica, de janeiro até o dia 8 de novembro deste ano, os IMLs de Maceió e Arapiraca registraram 29 óbitos por choque elétrico. O número já é maior que todo o ano passado, quando foram registradas 25 mortes por eletroplessão.
Formado em engenharia elétrica, o perito criminal Charles Mariano explicou que tanto a rede elétrica do sistema da Equatorial energia, bem como nas redes particulares, há riscos de morte por choque elétrico. Ele disse que é prudente que seja sempre verificado nos locais de plantação, nos locais próximos a fachadas de prédios e demais outros locais, se os condutores estão com alturas e distâncias mínimas em função das normas adequadas.
“O contato acidental com essas redes elétricas pode vir a ocasionar um acidente fatal, como nesse caso de Palmeira dos Índios. Recomenda-se sempre construir nas áreas adequadas, cultivar plantações em áreas também adequadas e qualquer intercorrência com a rede elétrica acionar a concessionária de energia elétrica através dos seus canais de atendimento ao cidadão”, alertou o perito criminal.