Estado alagoano anuncia a realização do seu quarto
Alagoas realizou nas primeiras horas desta quarta-feira, 16 de março, o quarto transplante de fígado desde o credenciamento do Estado para realização desse tipo de procedimento, em abril de 2020.
A cirurgia de Alta Complexidade, financiada pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi realizada na Santa Casa de Maceió, credenciada pelo Ministério da Saúde (MS) para realizar o procedimento, conforme a Portaria Federal N°313, expedida em sete de abril de 2020.
A paciente, uma mulher de 54 anos, natural da cidade de Matriz de Camaragibe, sofria com doença policística e aguardava há dois meses na fila de espera da Central de Transplante de Alagoas.
A lista de transplantes é única, tem ordem cronológica de inscrição e os receptores são selecionados para receber os órgãos em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador.
O transplante ocorreu de forma satisfatória e atualmente a paciente encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi extubada e o fígado está fluindo bem.
O doador era um homem de 42 anos que morreu vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o órgão foi doado após a confirmação da morte encefálica, por meio de três exames de constatação, e a entrevista familiar positiva.
Diante disso, o secretário de Saúde de Alagoas, Alexandre Ayres:
“Realizamos o quarto transplante de fígado da história de Alagoas. Nosso Estado vive um novo momento e vamos seguir firmes levando saúde para quem mais precisa. Não vamos medir esforços para proporcionar o aumento das doações e transplantes de órgãos no nosso Estado. A vida de cada alagoano é importante e nosso objetivo é ampliar as ações para vê-los deixar a fila de espera.”
A coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos, comemorou a realização de mais um procedimento no Estado e ressaltou a importância dos doadores avisarem os familiares do desejo da doação:
“A doação foi autorizada na terça e, nesta madrugada, realizamos o quarto transplante de fígado no Estado. O procedimento foi realizado sem intercorrências e a paciente já se encontra em plena recuperação. É importante ressaltar que doar órgãos é um ato de amor. Por isso reforçamos o pedido que avisem seus familiares do desejo de ser um doador.”
Ainda segundo a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, o Estado possui, atualmente, 473 alagoanos na fila de espera por um transplante, sendo que mais de 363 aguardam córneas, 101 esperam por um rim, seis por um fígado e três por um coração.
O doador vivo pode doar um rim, medula óssea, parte do fígado (em torno de 70%) e parte do pulmão (em situações excepcionais). Já um único doador falecido pode salvar mais de oito vidas, podendo doar coração, pulmão, fígado, os rins, pâncreas, córneas, intestino, pele, ossos e válvulas cardíacas.
Por fim, vale ressaltar, que, no Brasil, para doar um órgão basta comunicar à família sobre o desejo de ser doador para que a família possa autorizar posteriormente, mas a recusa familiar ainda é alta e se torna um dos principais motivos para que um órgão no Brasil não seja doado: mais de 43% das famílias recusaram a doação de órgãos de seus parentes após morte encefálica comprovada, em 2020, segundo dados da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).