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A Secretaria da Primeira Infância (Cria) e a Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) realizaram nesta terça-feira (19) o seminário “Setembro e suas campanhas relevantes para a sociedade”, alusivo ao Setembro Amarelo, prevenção ao suicídio, e ao Setembro Verde, doação de órgãos. O evento, ocorrido no palácio República dos Palmares, teve como público-alvo os servidores do Cria, Secretaria de Estado do Governo (Segov) e do Programa Vida Nova nas Grotas.

 

A médica psiquiatra Rose Viviane Bezerra, formada pela Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), mencionou os motivos pelos quais se deve falar sobre o suicídio, que é um tema complexo e envolve muitos fatores que se entrelaçam. Segundo ela, além de fatores biológicos, estima-se que 90% dos casos estão relacionados a transtornos mentais.

 

No contexto social, o tema tem ganhado, cada vez mais, relevância. “É importante destacar as mortes por suicídio superam em número mortes por HIV, guerras e acidentes no mundo”, afirmou.

 

Rose defende que o assunto seja falado por se tratar de uma questão de saúde pública. Ele trouxe informações que apontam que, ao contrário de outras regiões do planeta, o número de casos de suicídio tem aumentado nas Américas.

De acordo com a médica, estima-se que, no mundo, uma pessoa comete suicídio a cada 40 segundo, e a cada 3 segundos há uma tentativa. “Estima-se que uma morte por suicídio impacta ao menos a vida de outras seis pessoas diretamente”, completou.

 

A médica alertou para a necessidade de identificar os fatores de risco, a exemplo de desesperança, isolamento, problemas familiares, automutilação, problema com sexualidade, entre outros. “Ao contrário do que o senso comum pode supor, falar sobre o tema é fator protetor para tentativa de suicídio”, explicou.

 

A profissional da saúde ressaltou a importância de manter a escuta ativa. “Além de calma, deve-se respeitar o indivíduo, aceitando a dor da pessoa, ao mesmo tempo que deve ser realista, sem dar falsas esperanças e garantias. Pergunte como a pessoa se sente, sobre seus planos de vida. Não faça juízo de valor. Conversa honesta e respeitosa é o caminho. Na dúvida, pergunte”, orientou.

 

É possível buscar ajuda por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV), ligação gratuita, 188; CAPS e Unidades Básicas de Saúde (Saúde da família, Postos e Centros de Saúde); além da UPA 24 horas, SAMU 192, Pronto Socorro e hospitais.

 

Setembro Verde

A assistente social Daniela Ramos, outra palestrante convidada, falou sobre “Doação e transplante de órgãos no Estado de Alagoas”. Ela destacou que, ao autorizar a doação de órgãos, um único doador pode fazer a diferença para nove pessoas, com a doação dos dois rins, pâncreas, coração, dois pulmões, duas córneas e o fígado.

 

Para organizar, coordenar e regular todas as atividades de doação e transplante em âmbito estadual, existe a Central de Transplantes em Alagoas, que é ligada à Coordenação Geral do Sistema Nacional de Transplantes (SNT).

 

Conforme dados apresentados por Daniela, em Alagoas, até agosto de 2023, cinco pessoas aguardam na fila de transplante por fígado; 36 por rim e 446 por córneas. Para quem deseja ser um doador, a assistente social orienta para dois passos essenciais: esclarecer as dúvidas e compartilhar a decisão entre familiares e amigos.

 

 

São dois os tipos de doadores, os vivos, que podem ser parentes e não parentes, e não-vivos, em caso de morte encefálica. A Central de Transplantes funciona 24 horas. Para mais informações: 3376-8186 e 98833-4144.